Apenas uma pessoa que renunciou pode amar verdadeiramente. Seu grau de renúncia implica no seu grau de habilidade para amar. Frequentemente as pessoas acham que aqueles que renunciam não podem amar e que aqueles que amam não podem renunciar. Isso ocorre porque os que renunciam não parecem estar amando e os amantes são possessivos e apegados.
O verdadeiro amor não é possessivo; ele traz liberdade, e renúncia é liberdade. Apenas na liberdade o amor pode desabrochar completamente. Quando você está amando você diz, “Eu não quero nada; eu só quero isso”. Renúncia é, “eu não quero coisa alguma. Eu sou livre”. No amor não há nenhuma outra necessidade. Renúncia é não ter nenhuma necessidade. O amor e a renúncia, apesar de parecerem opostos, são dois lados da mesma moeda.
Apenas a renúncia pode sustentar o amor e a alegria. Sem renúncia o amor se transforma em infelicidade, possessividade, ciúme e raiva. A renúncia traz contentamento e o contentamento sustenta o amor. Sem renúncia as pessoas ficam descontentes, frustradas, tristes, com medo, desconfiadas, analíticas. E toda a novela começa.
Alguns que se consideram renunciantes fugiram da vida frustrados e desapontados. A renúncia verdadeira nasce do conhecimento e da sabedoria – conhecimento da vida experimentado no tempo e no espaço e no contexto deste imenso universo.